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À espera de transplante, americano vive 555 dias sem coração

Nos últimos 18 meses, o americano Stan Larkin, de 25 anos, levou uma rotina semelhante a de outros jovens da mesma idade, com momentos de lazer ao lado a família, passeios de carro com os amigos e eventuais jogos de basquete. A diferença é que Larkin não tinha um coração. Nos últimos 18 meses, o americano Stan Larkin, de 25 anos, levou uma rotina semelhante a de outros jovens da mesma idade, com momentos de lazer ao lado a família, passeios de carro com os amigos e eventuais jogos de basquete. 

A diferença é que Larkin não tinha um coração. "É impressionante como ele levou uma vida ativa com o dispositivo, até jogando basquete", disse à BBC Brasil o médico Jonathan Haft, que realizou ambas as cirurgias no Centro Cardiovascular Frankel da Universidade de Michigan. "Ele obviamente queria o transplante, queria se livrar da mochila e de todo o trabalho envolvido, mas em termos de independência e qualidade de vida foi realmente extraordinário ver como ele se saiu bem", avalia o cirurgião. Apesar de não ser inédito, o caso de Larkin é pouco comum. "Ele foi o primeiro paciente no Estado de Michigan a ser liberado do hospital usando essa tecnologia, esse componente externo que permite ao paciente esperar pelo transplante em casa", salienta Haft. 

Segundo a Universidade de Michigan, antes dessa tecnologia portátil ser aprovada nos Estados Unidos (em junho de 2014), o coração artificial total temporário era ligado a uma máquina chamada "Big Blue", que pesava cerca de 190 kg e tinha o tamanho de uma lavadora de roupas, obrigando os pacientes a permanecer no hospital por meses ou até anos até encontrarem um doador. De acordo com Haft, o coração artificial total do tipo usado por Larkin é implantado cerca de 200 vezes por ano ao redor do mundo, um número bastante baixo em um universo de milhões de pessoas com doenças cardíacas graves. O médico observa que, em caso de pacientes à espera de transplante, costuma ser mais frequente o uso de dispositivos de assistência ventricular, que auxiliam apenas um ou outro lado do coração. Ao contrário desses dispositivos, o coração artificial total é equipado para auxiliar quando ambos os lados do coração falham e precisam de assistência, como no caso de Larkin. 

Conforme a Universidade de Michigan, Larkin faz parte de um grupo seleto de pacientes nos Estados Unidos a se beneficiar da independência proporcionada por essa tecnologia portátil. Larkin foi diagnosticado em 2007, após desmaiar jogando basquete. Seu caso é ainda mais incomum porque seu irmão mais novo, Dominique, de 24 anos, descobriu ter a mesma doença e teve o coração removido menos de um mês depois de Larkin. Dominique teve seu coração substituído pelo órgão artificial em dezembro de 2014. Seis semanas depois, ainda no hospital, recebeu um transplante.
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