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Marcelo Nilo quer acabar com o TCM

A justificativa de Marcelo Nilo é de ?economizar? recursos com o fim do TCM.
Um tema que não recebeu atenção em 2007 da Assembleia Legislativa da Bahia (AL) voltou a rondar os noticiários esta semana: a extinção do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), órgão de controle externo da gestão dos recursos públicos dos 417 municípios baianos.

Na época, início da era Jaques Wagner na Bahia, o deputado estadual Paulo Rangel (PT) apresentou à Casa de Leis uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) transferindo para o Tribunal de Contas do Estado (TCE) as funções de análise e julgamento das contas dos gestores municipais.
O petista argumentou que o TCM era um órgão muito “dispendioso”, ou seja, que gerava muitas despesas.

Desta vez, o defensor da extinção da corte de contas baiana é o presidente da Casa, deputado Marcelo Nilo (PDT).

Conforme informações obtidas pela reportagem junto a servidores do TCM que preferiram não se identificar por temer represálias, o chefe do Legislativo baiano busca uma maneira de “retaliar” o órgão fiscalizador por não ter pedidos atendidos pelos conselheiros em favor de prefeitos aliados.

Na semana passada, Nilo foi à Corte antes da votação das contas da prefeita de Valença, Jucélia do Nascimento, para pedir aos conselheiros que adiassem o julgamento das contas referente ao exercício financeiro de 2014. Os membros da corte reprovaram por unanimidade as contas de Valença.
A justificativa de Marcelo Nilo é de “economizar” recursos com o fim do TCM. 
Conforme o Orçamento do Estado para este ano, estão previstos repasses de R$ 161,2 milhões para o TCM. O órgão fiscalizador conta atualmente com cerca de 550 servidores.

Na comparação com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), a corte responsável em analisar as contas do governo da Bahia tem orçamento previsto para 2015 de R$ 206,3 milhões.
Apesar da necessidade de economia dos gastos em tempos de crise, o presidente da Alba não pretende poupar recursos públicos para a comissão de deputados que será criada com o objetivo de visitar estados onde o TCM deixou de existir. O objetivo do colegiado é elaborar a PEC para ir à votação na Alba.
Por ser uma Proposta de Emenda à Constituição, a matéria precisará ser aprovada por dois terços do Legislativo baiano, ou seja,  42 dos 63 deputados têm que votar a favor da PEC.

Peemedebista é contra medida

Atualmente, apenas a Bahia, Ceará, Goiás, Pará possuem dois tribunais: um de Contas do Estado (TCE) e um dos Municípios (TCM). Nos outros 22 estados, mais o Distrito Federal, todo o trabalho de fiscalização e apreciação de contas do Executivo e Legislativo fica a cargo de um único órgão de controle externo.
Nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo há o Tribunal de Contas do Município, que cuida da fiscalização das maiores capitais do país.

O deputado Luciano Simões Filho (PMDB) saiu em defesa da permanência do órgão. Para o parlamentar, a atual Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é de difícil aplicação e, em vários dispositivos, se distancia da realização da gestão municipal, tornando os gestores pré-réus, conforme citado pelo senador Otto Alencar (PSD), ex-vice-governador do estado e ex-conselheiro do TCM.


“O TCM tem relevantes serviços prestados aos municípios, principalmente no que se refere à ação pedagógica, além de ser instrumento de indução e orientação, favorecendo a defesa deles nos autos de infração de INSS e questões de natureza trabalhista”, defendeu o deputado, em nota enviada à imprensa. (Tribuna da Bahia)

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