O Ministério da Educação
(MEC) vai lançar um programa para incluir a ética na formação educativa das
escolas do país. A informação é do ministro Renato Janine, que fez hoje (11) a conferência
magna “A ética é o que nos faz falta” no Encontro Internacional Educação 360,
que vai até amanhã na Escola Sesc Ensino Médio, em Jacarepaguá, zona oeste da
cidade.
Durante dois dias, serão discutidas questões atuais e os rumos da
educação, com conferências magnas, mesas de debate e estudos de caso.
Participam do evento convidados internacionais, educadores, gestores,
estudantes e familiares e representantes do poder público. De acordo com o
ministro, será lançado um portal na internet, ainda sem data definida, que vai
reunir informações e trabalhos relacionados ao tema. “Nós temos inicialmente a
construção de um portal que vai unir várias ações éticas que já existem ou que
estão sendo iniciadas. Por exemplo, elaboramos um material sobre o plágio, que
é um problema sério sobretudo desde o ensino médio, que se torna grave no
ensino superior e muito grave na pós-graduação. Então, é uma das questões
éticas a discutir, bem como as questões mais básicas, como educação das
crianças para o respeito ao outro, para a igualdade de todos”.
Janine cita
também uma história em quadrinhos feita pelo desenhista Maurício de Sousa, a
pedido da Controladoria-Geral da União (CGU), e uma cartilha da Federação
Brasileira de Bancos (Febraban) sobre educação financeira, que integrarão o
projeto. De acordo com o ministro, a educação para a ética pode elevar o nível
do debate político do país no futuro. O ministro afirma que sempre faltou no
país uma base ética para se discutir política, o que, segundo ele, deixa até
hoje o debate limitado ao bem contra o mal. “A grande forma de atacar e
desestabilizar qualquer poder que seja é acusá-lo de corrupção, isso é
histórico, eu procurei mostrar na palestra que isso tem 400 anos”, disse o
ministro.
Sobre a greve das universidades federais, Janine afirma que o
Ministério esteve aberto para negociação desde antes do movimento ser
deflagrado: “As entidades deflagraram a greve antes mesmo de ter uma discussão
sobre os assuntos. Nós estivemos sempre dispostos a receber, recebemos as três
entidades, uma de servidores, duas de professores, negociamos com elas várias
vezes. Agora, fazemos isso dentro do limite que o país pode, levando em conta
que os dispêndios financeiros não estão na alçada do MEC”. A respeito de
possíveis cortes no orçamento da educação, por conta do déficit previsto pelo
governo para o ano que vem, Janine disse que ainda não há nada definido.
“Evidentemente, nós não gostamos de nenhum corte, não ficamos felizes com os
cortes. Agora, existe uma realidade e nós temos que lidar com essa realidade, e
dentro do governo, evidentemente, fazemos o possível para defender nossa área”,
disse o ministro. (Agência Brasil)
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