Dez anos depois de virar lei, o Estatuto do Desarmamento provocou queda
de 12,6% na taxa de homicídios do país, segundo estudo do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea). Os resultados do estatuto foram debatidos hoje (5)
na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara. A
redução de mortes violentas, no entanto, foi questionada pelo presidente do
Movimento Viva Brasil, Bené Barbosa. De acordo com o diretor de Estudos e
Políticas do Estado, das Instituições e da Democracia do Ipea, Daniel
Cerqueira, há uma “relação de causalidade” entre a redução do número de armas
com a queda dos homicídios. “Onde se tem uma maior difusão de armas de
fogo aumenta a taxa de homicídios em 1% ou 2%”, disse. Pelo estudo do
Ipea, frisou Cerqueira, não há como relacionar, contudo, a redução dos crimes
contra o patrimônio com o aumento do número de armas de fogo pelos cidadãos.
“Ou seja, é uma lenda aquela história de que o pai de família armado vai
dissuadir o criminoso de perpetrar os seus crimes. Isso, do ponto de vista
empírico, não acontece no Brasil”. O presidente do Movimento Viva Brasil,
Bené Barbosa, disse que a política de desarmamento é mais “ideológica do que
técnica”. Ele questionou o estudo do Ipea e afirmou não ser possível
estabelecer uma relação entre o número de armas de fogo e os índices de
homicídios. “Arma não comete crime. Quem comete crime é o ser humano”,
disse. “A história de que a arma roubada do cidadão vai parar na mão do
criminoso é uma prova disso. Se tenho um celular roubado, e ele vai para dentro
de uma penitenciária, e ele é usado para um sequestro, a culpa é minha?
Precisamos definir quem é vítima de verdade”, argumentou Barbosa. (Agência
Brasil)
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