O ex-ministro da Justiça e
ex- Advogado Geral da União, José Eduardo Cardozo, rebateu nesse sábado (21) a
medida do atual titular da AGU, Fábio Medina Osório, que decidiu na sexta (20)
abrir uma sindicância para apurar a conduta do antecessor. "Trata-se de evidente
tentativa de intimidação do livre exercício da atuação de um advogado de defesa
da presidente da República. Viola claramente o estatuto da advocacia",
disse Cardozo por meio de nota. O ex-ministro, que continuou de forma
voluntária à frente da defesa de Dilma após o afastamento dela do cargo por 180
dias, disse ainda que, "sem prejuízo a outras medidas jurídicas",
representará contra Medina no Conselho de Ética por uma "clara tentativa
de intimidar o exercício da defesa da presidente". O argumento de Osório é
que Cardozo não poderia ter defendido no Congresso Nacional a tese de que o
processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff é um "golpe de
Estado". Segundo o site da revista Veja, o novo Advogado Geral da União
classificou como "criminosa" a defesa de Cardozo. Na mesma nota
divulgada neste sábado, Cardozo lembrou que, em entrevista concedida ao jornal
Diário do Grande ABC em maio do ano passado, Medina se manifestou contra o
impedimento de Dilma. "Causa espécie ainda que a acusação a mim dirigida
venha de pessoa que anteriormente defendeu publicamente o mesmo ponto de vista
jurídico. Em entrevista ao Diário Grande ABC Fábio Medina afirmou textualmente
que o impeachment da presidente Dilma, na medida que contraria a Constituição,
deveria ser qualificado como um golpe", apontou Cardozo. (por Pedro
Venceslau | Estadão Conteúdo)
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