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Fiocruz de Pernambuco suspeita que muriçoca também seja vetor do zika vírus

Resultados preliminares de um estudo feito pela Fiocruz Pernambuco indicam que o Aedes aegypti pode não ser o único vetor do zika vírus. O estudo liderado pela bióloga Constância Ayres Lopes detectou a presença do zika em alta carga viral na glândula salivar do Culex quinquefasciatus, a conhecida muriçoca. Foram realizadas três infecções, em laboratório, em 200 mosquitos. "Se o vírus alcança a glândula salivar, significa que o Culex pode disseminá-lo. Para comprovar isso, são necessários outros experimentos, com amostras de mosquito de campo", explicou Constância, para destacar em seguida que ainda cedo para assegurar a transmissão do Zika pela muriçoca. De acordo com o JC Online, para testar a possibilidade é preciso encontrar na natureza uma espécie de mosquito infectado com o vírus. Em seguida, o material de campo coletado deve ser analisado, sob acompanhamento da Secretaria Estadual de Saúde. A meta é analisar 10 mil pools de mosquito. "Vamos trazer o material para o laboratório e fazer o teste molecular na tentativa de detectar o vírus nessas espécies. Com esse resultado a partir da análise de uma grande quantidade de amostras, poderemos idealizar se o Aedes é vetor exclusivo, se existem outros vetores e qual importância de cada um no papel de transmissão", acrescentou. Os estudos seguintes podem mostrar o período de incubação do vírus no mosquito, a eficiência da transmissão e a rapidez de dispersão da doença no Brasil. O Culex passou a ser alvo de Constância depois que a pesquisadora perceber que a primeira epidemia do Zika fora do ambiente silvestre aconteceu na Micronésia (Oceania). Lá o Aedes é raro e os pesquisadores não analisaram o Culex, abundante em toda a região tropical.
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