O real desvalorizado e a
forte recessão que o país enfrenta começam a levar as indústrias a exportar
mais e importar menos. Em análise divulgada pelo jornal 'Folha de S. Paulo', de
23 setores, 21 aumentaram a participação das exportações na produção, enquanto
a fatia dos importados no consumo caiu em 14 categorias no período entre
dezembro de 2014 e novembro de 2015, mostram dados da LCA Consultores. No
período entre dezembro de 2014 e novembro de 2015 (último dado disponível), a
participação das exportações na produção da indústria saltou de 12,2% para
14,8%. As importações no consumo aparente (exclui o que foi exportado) da
indústria caiu de 18,1% para 17,3%. Ainda segundo a publicação, os analistas
alertam, no entanto, que o movimento ainda é tímido após vários anos de
crescimento das importações e perda de relevância das exportações. Nas vendas para
o exterior, a falta de competitividade brasileira dificulta a conquista do
mercado externo. Segundo José Augusto de Castro, presidente da Associação de
Comércio Exterior do Brasil, as companhias só vem conseguindo exportar mais por
oferecer descontos de 5% a até 20% aos clientes, repassando o impacto da
desvalorização do real. A reportagem ainda revelou que a evolução do número de
empresas exportadoras e importadoras também é outro indicativo da mudança no
comércio exterior: 1.088 empresas começaram ou voltaram a exportar em 2015, em
um total de 20,3 mil. Por outro lado, as empresas importadoras caíram de 44,4
mil para 42,4 mil. O recuo é considerado pequenos pelos especialistas, já que
as as importações desabaram 24,3% em 2015.
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