Já existe movimentação entre
os deputados federais para pedir o afastamento do presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do cargo. Cunha foi citado em delação
premiada do ex-consultor da Toyo Setal, Júlio Camargo, por ter pedido US$ 5
milhões de propina. O deputado federal e presidente do PCdoB na Bahia, Daniel
Almeida, deve se encontrar com correligionários e outros líderes em Brasília
nesta terça-feira (21) para estudar qual posicionamento tomar.
“O pedido de afastamento é
uma das hipóteses. Alguns parlamentares já pediram”, afirmou, em entrevista ao
Bahia Notícias. No entanto, Almeida considera “mais traumático” um
encaminhamento em plenário do pedido de afastamento, caso não seja voluntário.
Apesar da preocupação, o deputado acredita que Cunha não pedirá licença do
cargo por iniciativa própria, já que ele “tem demonstrado buscar o confronto
institucional”.
A deputada Alice Portugal (PCdoB) defende a
saída do peemedebista da presidência da Câmara porque “não podemos viver sob o
estigma da ameaça”, a qual Cunha lança contra o governo e parlamentares. “Se
tivesse bom senso, ele próprio deveria pedir afastamento até esclarecimento da
questão. É fundamental para que a Câmara possa seguir o seu rito normal, que o
Poder Legislativo possa ter tranquilidade”, opinou. Desde que foi mencionado na
delação premiada de Júlio Camargo, Cunha anunciou rompimento político com o
governo e autorizou a abertura de CPIs contrárias ao governo Dilma Rousseff
(PT), entre elas a do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES). (BN)
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