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90% das perfurações à bala são por armas clandestinas

“90% das perfurações à bala são provenientes de armas de fogo clandestinas”. Com este argumento, o agente da Polícia Federal, que trabalha no Sistema Nacional de Armas (SINARM), Gildo Ribeiro Leal, defende rigorosidade para obtenção da arma de fogo. Assim como ele, parte da população soteropolitana teme aprovação do Projeto de Lei 3.722/12, de autoria do deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC), que prevê a revogação do Estatuto, sob alegação de que a medida não resolveu o problema da violência e a fez aumentar. De acordo com o agente federal, é preciso controle e exigência nas vendas para que as armas não parem em ‘mãos erradas’.
“Sou a favor da campanha para o desarmamento, pois é preciso controle na venda de armas do modo como a lei atual exige. 99% das perfurações à bala são provenientes de armas clandestinas, por isso sou a favor do enxugamento da posse de arma de fogo”, declarou, ressaltando que houve uma diminuição no número de crimes após o estabelecimento da lei. “Desde 2003 trabalho no Sinarm. Vi o Estatuto nascer e posso afirmar que houve uma diminuição em termos relativo de 10% em relação à violência”, afirmou.No último dia 17, foi adiada a reunião deliberativa da comissão especial que analisa o PL, que revoga o Estatuto do Desarmamento. De acordo com informações da Agência Brasil, o relator da matéria na comissão, deputado federal Cláudio Cajado (DEM-BA), apresentou relatório na última quarta-feira favorável à aprovação do projeto, mas houve pedido de vista do substitutivo por parte do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO). Com o pedido, regimentalmente, deveria transcorrer o prazo de, pelo menos, duas sessões ordinárias da Câmara dos Deputados para que a reunião fosse realizada. Se aprovada, a proposta facilita a permissão para usar armas e os testes para o porte serão eliminados, o que tem assustado alguns soteropolitanos. O publicitário Olímpio Braga defende que ter uma arma de fogo é direito do cidadão. “A arma é usada em defesa própria. Tirar esse direito do cidadão não vai diminuir a violência”, afirmou. Já a comerciante Ana Lúcia Martins disse que é preciso conter a violência, inclusive através das armas. “Já pensou se todos andassem armados? Imagine como esse mundo ficaria. Temos que evitar os confrontos sempre”, disse. Ainda de acordo com o policial, o porte de armas é essencial, mas em condições previstas em lei. “Sou a favor que o cidadão de bem tenha arma, mas é preciso controle para que ela não caia em mãos erradas. Além disso, ressalto que não é o Estatuto que desarme e sim os voluntários que entregam”, afirmou. O Estatuto do Desarmamento entrou em vigor em 2003. Ele só autoriza que policiais e outros profissionais que precisam da arma para trabalhar circulem armados pelas ruas. Atualmente, o porte ilegal de arma de fogo é crime inafiançável e pode dar até seis anos de cadeia. Se for aprovado pela Comissão Especial, o projeto ainda precisará ser votado em dois turnos no Plenário da Câmara e do Senado. (Tribuna da Bahia)
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