Renan Calheiros critica pressão de Cunha no Senado para acelerar impeachment

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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), criticou nesta quarta-feira (20) a postura e as declarações feitas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que vem cobrando celeridade na tramitação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, desde o último domingo (17), quando foi aprovado pela Casa. "Quanto mais o presidente da Câmara tentar interferir no ritmo de andamento do processo no Senado, sinceramente, ele só vai atrapalhar", afirmou Calheiros.

Isso porque, nesta terça-feira (19), após o presidente do Senado marcar para a próxima semana a eleição da comissão especial que analisará o caso, Cunha afirmou que a demora no desfecho do impeachment poderia “causar muitos prejuízos” ao país e que previa uma paralisia no Congresso Nacional até que houvesse uma decisão por parte do Senado. Além disso, apenas dois dias após o plenário da Câmara aprovar o encaminhamento do processo para o Senado, o deputado disse que não havia ambiente político para votar qualquer coisa na Casa. Segundo Cunha, ele vai colocar os projetos em pauta, porém, como agora o país tem uma "ainda" presidente da República, de acordo com ele, "ninguém vai reconhecer absolutamente nada para efeito de matérias".

O presidente do Senado criticou a postura e disse que deixar de votar matérias importantes só irá prejudicar o país. Calheiros aproveitou para lembrar que, enquanto o processo estava com a Câmara, o Senado não deixou de realizar votações. "Por mais que queira, o Senado não pode atropelar prazo, nem deve fazer isso perante a história. Enquanto a Câmara votava autorização do impeachment, o Senado deliberava”, afirmou.