Leonardo Santana, presidente da Ubam | Foto: Divulgação/Obam
O presidente da União
Brasileira dos Municípios (Ubam), Leonardo Santana, afirmou que pelo menos 90%
das cidades brasileiras não terão condições de pagar o novo salário mínimo de
R$ 880, que entrou em vigor nesta sexta-feira (1º). Previsão semelhante em
âmbito estadual já havia sido feita na última terça-feira (29) pela presidente
da União dos Municípios da Bahia (UPB), Maria Quitéria, em entrevista ao Bahia
Notícias (leia mais aqui). Segundo Santana, para que os municípios possam arcar
com o novo valor do mínimo, é necessário que o governo federal faça a reforma
do pacto federativo e aumente a participação dos municípios na distribuição do
dinheiro arrecado com impostos. Para o mandatário da entidade municipalista, o
cenário de crise econômica vivido pelo Brasil acentua ainda mais as
dificuldades das prefeituras de pagarem os vencimentos de seus funcionários. “O
governo da União age como se os municípios não tivessem nenhuma importância no
contexto federativo republicano, tomando medidas que vêm atingindo as
administrações municipais durante esses últimos 20 anos, mantendo as cobranças
indevidas e saques do INSS nas contas das prefeituras, aumentando as obrigações
sociais com a municipalização e fazendo vista grossa para o caos financeiro que
enfrentam menores entes federados”, criticou. Santana afirmou que o Congresso
Nacional terá que encontrar uma saída para que os gestores não sejam condenados
por não conseguirem cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, já que não podem
ultrapassar o teto de 54% em gastos com pessoal. A dificuldade em manter as
despesas deste tipo dentro da meta, causada pelo aumento das despesas sem
acréscimo na arrecadação, fez inúmeras prefeituras baianas vivenciarem uma onda
de reprovação de suas contas (saiba mais aqui) pelo Tribunal de Contas dos
Municípios (TCM). O presidente da Ubam afirmou, ainda, que vai apresentar ao
Congresso Nacional proposta de criação do Fundo de Compensação Tributária
(FCT). Na avaliação dele, o FCT é “a salvação econômica dos municípios de todo
o país, tornando real o pacto federativo, com uma mais justa repartição do
“bolo Tributário”. (BN)
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