Dados do Ministério da
Justiça apontam que, na Bahia, 66% das mulheres presas estão encarceradas sem
julgamento. De acordo com o levantamento, o estado fica atrás, apenas, de
Sergipe – que tem 99% das mulheres presas sem condenação. Na outra ponta da tabela,
São Paulo e Rondônia aparecem com os estados que menos têm presas sem
julgamento – nove e 15%, respectivamente. Para o presidente da comissão
especial da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Bahia, do Sistema
Prisional e Segurança Pública, Marcos Melo, o número é “alarmante”. “A OAB vê
isso com grande preocupação. É um absurdo que mais da metade das mulheres
presas estejam esperando julgamento. Isso tudo é fruto de uma política de punir
sem julgar. Tira-se a pessoa de circulação e deposita lá (nos presídios)”,
analisou. Ainda de acordo com Melo, a comissão faz inspeção nos presídios em
todo estado e o panorama não é animador. “As pessoas não saem de lá com nenhuma
perspectiva boa. Tudo aquilo que pode ser feito para amenizar a situação da
presa não é feito. A expectativa é a pior possível”, apontou. Ainda de acordo
com o Ministério da Justiça, 65% das mulheres presas na Bahia estão atrás das
grades por conta do tráfico de drogas, 10% roubo, 7% furto, 6% homicídio e
outros crimes, 3% desarmamento, 2% quadrilha ou bando e 1% latrocínio. Nos
últimos dias, o BN revelou que, em sete anos, o número de presas na Bahia quase
dobrou e que a maioria das presas no estado é negra, jovem, solteira e com o
ensino fundamental incompleto.
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» Mulheres presas: 66% estão encarceradas sem julgamento; 65% praticou tráfico de drogas
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