Fotos: Richard Silva/Liderança do PCdoB
Em um debate intenso, a
Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou, na manhã desta
quarta-feira (30), o parecer da deputada Alice Portugal pela rejeição do
Projeto de Lei Nº 7.726/14, do deputado Ademir Camilo (PROS/MG), que prevê mudanças
na Lei N° 12.933/2013, conhecida como a Lei da Meia-entrada, retirando da União
Nacional dos Estudantes (UNE), da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
(Ubes) e da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) a emissão da Carteira
de Identificação Estudantil (CIE). Para Alice, trata-se de um projeto
retrógrado, uma vez que traz de volta a possibilidade de falsificação das
carteirinhas estudantis e a falta de controle público na emissão das mesmas.
“Foi uma vitória da
juventude brasileira. Derrotamos um projeto que favorece as falsificações. Hoje
fortalecemos a UNE, UBES e ANPG, entidades que nos ajudaram a aprovar os 10% do
PIB e os 75% dos royalties do petróleo para a educação brasileira e a escrever
o Plano Nacional de Educação. Estou feliz como relatora da matéria, pela
reafirmação da Lei da Meia-entrada que é na verdade a garantia da
complementação cultural e educacional para a juventude brasileira”, disse
Alice.
O texto do PL 7.726/14
destaca que foi criado um monopólio para confecção das CIEs. Porém, a Lei
12.933/2013 foi fruto de um longo debate e negociação entre entidades
representativas dos estudantes, governo, Congresso Nacional e dos setores
ligados à cultura e ao desporto, e estabelece critérios claros para os
beneficiários do direito e para o mecanismo que garante o acesso à
meia-entrada.
O deputado Caio Narcio
(PSDB/MG) apresentou voto em separado, propondo que a emissão das carteiras
estudantis seja feita pelos Diretórios Centrais dos Estudantes (DCEs) e pelos
Centros e Diretórios Acadêmicos de cada instituição de ensino superior. “Não
enxergo nessas entidades [UNE, UBES e ANPG], apesar de reconhecer que elas
representam uma parte grande dos movimentos estudantis, a legitimidade de
monopolizar a emissão deste documento”, disse o deputado tucano, alegando que
as entidades estudantis têm conotação partidária.
Presentes na sessão, os
deputados Orlando Silva, Aliel Machado e Wadson Ribeiro saíram em defesa da Lei
da Meia-entrada, acompanhando o parecer da deputada Alice. Para eles, o acesso
à arte, cultura e esporte a partir do mecanismo da meia-entrada faz parte da
formação cultural da juventude brasileira.
Agora, abre-se o prazo de
cinco sessões legislativas para recursos contra a decisão da Comissão de
Educação sobre o PL 7.726/14.
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