Uma das maiores vilãs da
alta inflacionária do Brasil deste ano, a conta de luz das residências pode
subir mais 8% ainda este ano a depender da região do país. O aumento é devido
ao cumprimento de decisão judicial que levou a Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel) a livrar, na quinta-feira (24), os integrantes da Associação
Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores
Livres (Abrace) do pagamento de parte dos programas bancados pelo fundo
setorial Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Sem o dinheiro das
indústrias, as despesas terão que ser pagas pelos consumidores residenciais.
Com o novo rateio, a Aneel estima que as contas de luz terão que subir até 8%
no próximo reajuste tarifário, que, dependendo da empresa, pode ser ainda neste
ano ou apenas em 2016. A Light, do Rio de Janeiro, por exemplo, passará por
reajuste em novembro, mas a Coleba, que atende a Bahia, tem aumento anual nos
meses de maio. De acordo com cálculos da Aneel, as distribuidoras, assim como
os consumidores, terão suas receitas afetadas, só que em até 5%. As empresas
terão que pagar o encargo com caixa próprio até a data do próximo reajuste. O
diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, disse que as companhias que tiverem
desequilíbrio econômico-financeiro poderão apresentar pedidos de reajuste
extraordinário. Relator do processo, o diretor André Pepitone disse que o órgão
regulador ainda tenta derrubar a decisão favorável à Abrace no Tribunal
Regional Federal da Primeira Região (TRF-1) e no Superior Tribunal de Justiça
(STJ). A Abrace entrou na Justiça e conseguiu livrar seus associados de
recolherem o encargo sob a tese de que essas despesas deveriam ser pagas apenas
pelos consumidores do mercado cativo. Ao todo, os gastos questionados pela
Abrace atingem R$ 6,9 bilhões.
Petrobras aumenta preço do
gás pela segunda vez no mês - Em busca de alternativas para reverter sua
fragilidade financeira, a Petrobras anunciou, ontem, novo reajuste no preço do
gás liquefeito de petróleo (GLP) nas distribuidoras - a segunda alta em menos
de um mês. Mas, dessa vez, o reajuste não afeta o preço do botijão de 13 kg,
destinado ao uso residencial. Válida a partir de hoje, a alta média de 11%
afetará os preços do gás destinado a uso industrial, comercial e a granel. Com
o reajuste, o produto custará no país em média 63% mais caro que no mercado
internacional. Em nota, a estatal informou que espera um impacto sobre o preço
cobrado ao consumidor final de 5%, de acordo com a destinação do produto. Para
o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás (Sindigas), entretanto,
o impacto pode chegar a até 10%. O aumento, porém, não terá impacto na inflção
oficial (IPCA), que só leva em conta para o cálculo da taxa o botijão de 13 kg.
Anatel aprova reajuste de
custo de ligações de fixo para celular - O Conselho Diretor da Agência Nacional
de Telecomunicações (Anatel) aprovou em reunião ontem um reajuste de até 7,3%
nas tarifas para as chamadas feitas de telefones fixos para celular. O reajuste
será de 5,54% no caso de ligações originadas por telefones fixos da Oi; de
3,38% no caso da Telefônica Brasil, que também é dona da Vivo; de 5,97% para
Algar Telecom e Sercomtel; e de 7,3% para a Embratel, do Grupo Claro. Os
percentuais de reajuste distintos para cada concessionária são resultantes de
períodos diferentes considerados para o cálculo do índice, segundo informou a
Anatel à agência de notícias Reuters. O reajuste nos preços das ligações
fixo-celular entra em vigor 48 horas após a sua publicação no Diário Oficial da
União. Até a noite de ontem não havia previsão de quando a publicação seria
feita. (Correio)
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