No coração da Indonésia,
nação com maior número de muçulmanos do mundo, o impensável vem acontecendo
desde 2010. Na capital Jacarta, em frente à residência do presidente do país, a
Igreja Cristã Taman Yasmin chegou a marca de 100 cultos ao ar livre. Localizada
a 60 quilômetros ao sul da capital, na cidade de Bogor, em abril de 2010, o
templo da GKI Yasmin, como é conhecida, foi lacrado por ordem do prefeito. Os
vizinhos muçulmanos haviam exigido que os cristãos fossem proibidos de cultuar.
Os líderes da igreja foram a justiça e ganharam o direito de reabrir no Supremo
Tribunal da Indonésia, reivindicando a liberdade de culto prevista na
constituição. Mesmo assim, o prefeito não cedeu. O templo continuou lacrado e
os membros da GKI Yasmin decidiram fazer, como forma de protesto, um culto ao
“ar livre” em frente ao prédio. Acabaram repetindo isso por dois anos, todos os
domingos. Contudo, constantemente foram alvo de ameaças e agressões por membros
de grupos extremistas islâmicos como o FORKAMI, o Movimento Islâmico Reformado
e a Frente de Defensores do Islã. Os membros da igreja passaram então a fazer
cultos nas casas dos membros. Em 2012, fizeram um culto em frente ao Palácio do
Estado, para chamar a atenção do governo. Curiosamente, devido ao forte
policiamento no local, não foram incomodados por radicais. Os cerca de 350
membros que se reúnem a cada domingo na capital começaram a usar uma tenda por
causa do sol forte. O presidente Jokowi Widodo, que assumiu o cargo há um ano,
não persegue cristãos, mas também não tomou medidas para que a GKI Yasmin
retome a posse de seu templo.
O pastor Erde Brutu afirma:
“Sabemos que estamos sendo observados pelos extremistas. Alguns ameaçaram
destruir a tenda. Mas eu lembro a congregação: “Não cedamos à tentação de
retaliar. Se fizermos isso, não somos diferentes dos que nos ameaçam”. Ele acredita
que estão dando um testemunho importante em um país, onde os cristãos são
minoria, com menos de 9%. A Indonésia está entre os 50 países com maior índice
de perseguição, segundo a classificação da Missão Portas Abertas. Em Aceh, a única província indonésia regida
pela lei religiosa sharia, templos continuam sendo incendiados e cristãos,
mortos por sua fé. Os cultos ao ar livre em frente ao palácio presidencial
chegaram à sua centésima edição. Eles não sabem se haverá alguma mudança num
futuro próximo. Mas pretendem continuar se reunindo em frente à casa do
presidente. “É muito difícil ser minoria na Indonésia, e temos que lutar por
nossos direitos”, disse Dwiati Novita Rini, um líder leigo da igreja. “Não é
fácil, mas isso não afetará a minha fé.” Com informações de Charisma News
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