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I CONGRESSO DE MEDICINA DO RECÔNCAVO DA BAHIA

                "Formação Médica na Perspectiva Interdisciplinar e Multiprofissional"
O Congresso de Medicina do Recôncavo da Bahia (RECONMED) é um evento desenvolvido pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB, sendo 2015 a sua 1ª edição. Constitui-se como um espaço de construção cientifica e sua programação engloba a discussão de temas sociais, principalmente os ligados a Saúde e a Educação Médica, além de assuntos que configuram o cotidiano dos estudantes de medicina.

Os três dias de evento funcionarão como um amplo espaço que contempla várias áreas de interesse dos estudantes de medicina e profissionais da saúde, como mesas de abordagem cientifica, cultural e política, apresentação de trabalhos científicos, mini-cursos, oficinas, Medicina Baseada em Evidências (vivências), mini conferências, colóquio e simpósio satélite.

 O I Congresso de Medicina do Recôncavo da Bahia (I RECONMED) trata-se, portanto, de um evento singular capaz de criar elos entre o cotidiano dos estudantes, bem como, profissionais da saúde e o momento histórico e político do país.

A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia tem a honra de receber os estudantes de medicina e de cursos da área da saúde, além de profissionais da área, para juntos debater temas de grande relevância para a saúde pública brasileira.

O evento reunirá aproximadamente 450 pessoas entre estudantes, profissionais da saúde, professores e médicos do Recôncavo da Bahia e de outras regiões do país.

E é com imensa satisfação que a comissão organizadora do I Congresso de Medicina do Recôncavo da Bahia (I RECONMED) se prepara para receber os congressistas.

                               RECÔNCAVO DA BAHIA

O CONTEXTO DO RECÔNCAVO DA BAHIA

O Recôncavo da Bahia tem uma importância única na história da constituição do Brasil como Nação, cultura e povo, tanto do ponto de vista econômico e político, quanto artístico e linguístico. Compreende a região que circunda a Baia de Todos os Santos, descoberta pelos portugueses em meados do século XVI. “Recôncavo”, na terminologia geográfica, significa terra circunvizinha a uma enseada, baía ou porto.

Com a instalação da capital da colônia na Cidade do Salvador, em 1549, é notável o desenvolvimento do Recôncavo entre os séculos XVI-XVIII. Durante o período colonial, a região tornou-se uma das mais importantes produtoras de açúcar na América portuguesa, tendo alcançado seu apogeu por ocasião da invasão de Pernambuco pelos holandeses.

Além da intensa produtividade econômica decorrente da lavoura canavieira, duas outras culturas eram relevantes na região do Recôncavo – o fumo, usado como moeda de troca por escravos, nas costas africanas, e a mandioca, fundamental para o abastecimento tanto da população urbana quanto da mão-de-obra escrava.

No fim desse período, o Recôncavo Baiano era a região mais densamente ocupada do Brasil Colônia, agregando maior contingente populacional que a própria capital. Além disso, representava importante centro de produção agrícola para consumo interno e externo e, por meio da navegação nos fundos da baía e nos estuários, cumpria o papel de elo entre capital e interior do Estado.

Ao longo do período colonial, a população do Recôncavo foi-se constituindo como produto da miscigenação de índios, portugueses e, majoritariamente, negros descendentes de escravos expatriados de distintas regiões africanas. Com a consolidação da cidade de Cachoeira como porto escravagista preferencial da Colônia, esses últimos já eram mais de 70% da população desde o início do século XIX.

É importante destacar que a agricultura baseada no escravagismo e a exploração mercantil da cana de açúcar que marcaram a história do Recôncavo, resultaram na constituição de uma sociedade desigual e marcada por elevados índices de pobreza e opressão. Nesse contexto, importante parcela da sociedade civil se organizou tendo como aspiração maior a melhoria das condições de trabalho e qualidade de vida para a região.

Ainda no século XIX, homens e mulheres do Recôncavo protagonizaram a Revolta Federalista de São Félix (1832) e a Sabinada (1837), movimentos populares cuja bandeira de luta seria a construção de uma Bahia sem escravidão e com cidadania.

O território do Recôncavo produziu um legado cultural de enorme importância. Já durante o século XIX, nessa região, ocorreram os primeiros registros do samba-de-roda, expressão musical, coreográfica, poética e festiva de raízes culturais negro-africanas.

Essa herança mesclou-se, de maneira singular, a traços culturais trazidos pelos portugueses, como certos instrumentos musicais (viola e pandeiro, principalmente), a própria língua portuguesa e a elementos de suas formas poéticas. Essa herança musical integra-se a outras manifestações culturais transmitidas por africanos escravizados e seus descendentes, que incluem o culto aos orixás e aos caboclos, a capoeira e o maculelê, além da chamada “comida de azeite”.

Com a mudança nos percursos de ligação capital-interior, em função do surgimento de rodovias, e a crise da agroindústria açucareira, o Recôncavo experimentou profunda estagnação econômica, no final do século XIX e até meados do século XX. Sua economia só voltou a ter novo impulso, ainda que restrito geograficamente à parte nordeste da região, com a descoberta de petróleo, na década de 1950, e a subsequente instalação de equipamentos industriais de refino de combustíveis e derivados. Apesar disso, os investimentos industriais, principalmente no setor petroquímico, concentraram-se no entorno de Salvador, acentuando ainda mais o subdesenvolvimento econômico e social do restante da região.

A delimitação do Recôncavo Baiano, em termos geopolíticos, não é de fato precisa. Tomando-se como referência a Baía de Todos os Santos, seu território penetraria no continente por aproximadamente 80 quilômetros. Sua área total é calculada em 1.196 km². O governo estadual considera oficialmente o chamado “Território de Identidade” do Recôncavo composto por 20 municípios: Cabaceiras do Paraguaçu, Cachoeira, Castro Alves, Conceição do Almeida, Cruz das Almas, Dom Macedo Costa, Governador Mangabeira, Maragogipe, Muniz Ferreira, Muritiba, Nazaré, Santo Amaro, Santo Antônio de Jesus, São Felipe, São Félix, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Sapeaçu, Saubara e Varzedo.

Localizada na parte sudoeste do Recôncavo, a 180 km de Salvador, situa-se a cidade de Santo Antônio de Jesus, escolhida para sediar o Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Surgida no início do Século XIX, a partir da construção de um oratório pelo Padre Matheus Vieira, em pouco tempo tornou-se ponto de convergência para o comércio regional por sua privilegiada localização geográfica.

Dessa vocação comercial sobreveio uma primeira fase de crescimento populacional e a implantação de infra-estrutura urbana inicial, ainda no século XIX. Em 30 de junho de 1891, o governo do Estado elevou Santo Antônio de Jesus à categoria de cidade.

No início do século XX, Santo Antônio de Jesus viveu intenso período de expansão cultural, com a fundação das filarmônicas “Amantes da Lira” e “Carlos Gomes” e a abertura de jornais, como “O Paládio" que chegou a circular em cinco estados do Brasil.

Na área da educação, inauguram-se os primeiros prédios escolares; na saúde, instala-se a Santa Casa de Misericórdia.

Após a década de 1970, com a pavimentação da BR-101, principal rodovia federal que corta o Estado da Bahia no sentido Norte-Sul, o município ganha novo impulso e se consolida definitivamente como centro comercial e de serviços para toda a região, passando a ser considerado como a "Capital do Recôncavo". Hoje, o município de Santo Antônio de Jesus constitui o principal pólo regional do Recôncavo Sul, com população de 100.550 habitantes (2014), um IDH de 0,729 e Índice Gini de 0,41.

Santo Antônio de Jesus constitui pólo regional também na oferta de serviços de saúde e abriga a sede da 4ª Diretoria Regional de Saúde. Possui 134 estabelecimentos de saúde, segundo informações do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Deste total, 35 encontram-se sob gestão da Secretaria de Saúde do município, distribuídos da seguinte forma: 22 unidades de saúde da família, duas unidades básicas de saúde, dois Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), um Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), duas policlínicas, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), unidade de Vigilância Epidemiológica, unidade de Vigilância Sanitária, Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), unidade móvel terrestre, Centro de Tratamento Alternativo Pró-Vida (CTA Vida). O Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus, inaugurado em 2010, é uma instituição moderna, com modelo de gestão terceirizada operada pelo Instituto Fernando Filgueiras. Esse hospital tem capacidade operacional para 146 leitos e está equipado para realizar atendimentos de média e alta complexidade para a população do Recôncavo baiano.

Uma súmula do contexto do Recôncavo da Bahia na atualidade: a vitalidade econômica e cultural de épocas passadas não se manteve, conformando, nesse território carregado de diversidade, um cenário de pobreza, sofrimento, lutas e instabilidade econômica. Numa conjuntura recente de retomada do desenvolvimento econômico e social do Brasil e do Estado da Bahia, a região passa a receber influxos redinamizadores de sua economia, sociedade e cultura.

                                   OBJETIVOS DO CONGRESSO

OBJETIVO GERAL

      Nesta 1ª edição, o Congresso de Medicina do Recôncavo da Bahia (I RECONMED) tem como objetivo discutir, principalmente a formação médica e atuação profissional. Um debate sobre a atuação profissional centrando a Saúde Pública como maneira de comprometimento social do Médico.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Promover trocas de experiências entre os acadêmicos das diversas Universidades, no que diz respeito à formação e atuação médica;
Promover um intercâmbio entre os estudantes de medicina de diferentes regiões do Brasil;
Ampliar a discussão para que o congressista se sinta agente importante na transformação social;
Estimular o debate acerca da necessidade da uma mudança de prioridades da Universidade brasileira como forma de atender as demandas da população;
Promover discussões sobre a importância do processo de trabalho em equipes multiprofissionais;
Fomentar o debate sobre a necessidade da formação médica considerando as reais necessidades e desafios do Sistema Único de Saúde;
Promover debates sobre aspectos que envolvem a situação de saúde de populações do Recôncavo da Bahia, com ênfase em aspectos interdisciplinares;
                         PORQUE REALIZAR ESTE CONGRESSO?

Na atual conjuntura da sociedade e com a mudança do cenário político, abriu-se um amplo debate sobre a função social das Universidades Brasileiras. Onde ainda percebemos graves problemas de saúde pública.

Nesse contexto, precisamos vivenciar um debate onde o SUS seja compreendido em sua correta acepção, ao invés de banalizado como se fosse um sistema de saúde para os menos favorecidos.

Ao preconizar a saúde como “direito de todos e dever do Estado”, a Constituição Federal estabeleceu a visão que fundamenta o SUS – o projeto de uma Nação na qual cada um e todos os seus cidadãos têm o mesmo direito à saúde, independentemente de renda, classe, origem ou cor, por reconhecer a saúde como “direito” e não como “mercadoria” passível de ser negociada, adquirida ou vendida.

O SUS é reconhecido como a mais universal e efetiva das políticas sociais do Estado brasileiro, um avanço conquistado graças à articulação de inúmeros atores sociais e plena participação popular. Ao longo de duas décadas de existência, o SUS tem enfrentado inúmeros desafios e sofrido duros ataques de diversas procedências, mas também tem conquistado grandes vitórias e melhorias que se refletem na qualidade de vida da população brasileira.


Acreditamos que a possibilidade de emergência do “novo” no ensino em saúde requer muito mais do que modificações ou atualizações curriculares. A fragmentação do conhecimento durante a formação em saúde e a falta de uma perspectiva interdisciplinar têm sido apontadas por diversos autores como determinante da reduzida integralidade na assistência à saúde. As reformas curriculares ainda carecem de estudos que avaliem sua eficácia no sentido de promover um ensino em saúde alinhado com as novas perspectivas do Sistema Único de Saúde. Fonte Eventioz
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