O deputado federal Jorge
Solla (PT) criticou a proposta do presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), que sugere a cobrança de taxas por procedimentos realizados no
Sistema Único de Saúde (SUS). Chamada de Agenda Brasil, a proposta foi
apresentada na última segunda-feira (10), com medidas para que o Brasil supere
a atual crise. "Esta proposta é claramente inconstitucional e já há
compreensões neste sentido, porque a Constituição de 1988 trata a saúde com um
direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições
indispensáveis ao seu pleno exercício, e o acesso deve ser 'universal e
igualitário às ações e serviços'. Uma cobrança é descabida", afirmou
Solla. O petista ainda salientou que esse tipo de proposta não teria o apoio da
sociedade, nem do governo. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, já se mostrou
contrário à possibilidade de cobrança pelos procedimentos. "Sempre que o
PMDB apresentar alguma solução para o país, desconfie. Ou atende a interesses
privados ou apresenta distorções típicas de quem não dialoga com a
sociedade", pontuou. Ainda assim, Solla acredita que o mérito da proposta
é colocar o financiamento da saúde em pauta no Congresso. "Se a proposta
do PMDB previa que quem tivesse mais dinheiro, pagaria mais no uso do SUS, eu
sugiro que aprovemos a regulamentação da taxação das grandes fortunas. Será a
chance de realmente colocar os custos da melhoria do SUS na conta de quem lucra
com a produção de riquezas da nossa classe trabalhadora, que é quem
majoritariamente usa o SUS".
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» 'Cobrança no SUS é inconstitucional e não passará', diz Solla sobre proposta de Renan
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