O Colégio Estadual Eraldo Tinoco,
instalado na comunidade auilombola, no distrito de Santiago do Iguape, em
Cachoeira, é a primeira unidade da rede estadual a implantar as Diretrizes
Curriculares da Educação Quilombola. O objetivo da Secretaria da Educação do
Estado da Bahia é fazer da unidade escolar, uma referência para as 25 escolas
que ofertam a educação quilombola no novo modelo no Projeto Político-Pedagógico
(PPP). O Colégio Estadual Eraldo Tinoco conta com 190 estudantes matriculados.
A diretora do Colégio Estadual Eraldo
Tinoco destaca que, com estas novas diretrizes, os estudantes terão maior
pertencimento da sua cultura e identidade. “Apesar de estarmos numa área
quilombola, muitos estudantes não se reconhecem como parte desta comunidade.
Por isso, trazer um currículo que aborda esse viés pedagógico pode valorizar a
identidade da população”, diz. A professora ainda ressaltou a proposta de levar
as diretrizes para unidades municipais. “Temos também que dialogar com a
prefeitura de Cachoeira para que o currículo seja inserido nas escolas
municipais. A ideia é que os estudantes da região cheguem ao ensino médio já
com o conhecimento proposto pelo projeto pedagógico”, destaca.
Erica Capinan, coordenadora de
Educação para a Diversidade da Secretaria da Educação do Estado, explica o
processo de implantação da educação quilombola na rede estadual. “Como temos um
universo com mais de 20 mil estudantes, consideramos que era o momento de fazer
uma escola de referência na implantação das diretrizes curriculares
quilombolas. Iniciamos com um primeiro encontro nos dias 13 e 14 de julho, e
estaremos nos reunindo uma vez por mês, até dezembro, para que, na Jornada
Pedagógica 2016, tenhamos essa unidade como escola referência, servindo de
exemplo para as outras escolas”, explica.
Neste primeiro momento, a ação vai
estar voltada para os professores com o intuito de mostrar a importância de
repensar os currículos. “Estamos trabalhando com metas. Até o final do ano,
estaremos realizando reuniões com os professores e, a partir do próximo ano, os
estudantes serão inseridos no método pedagógico. É importante sabermos que a
rede estadual tem suas especificidades e precisamos desenvolver esses espaços
não apenas nas unidades que ofertam a educação quilombola, mas em todas as
unidades do Estado”, enfatiza Capinan, destacando que a Secretaria está
seguindo a Resolução nº 68/2013, que estabelece as Diretrizes Curriculares para
a Educação Quilombola no Sistema Estadual de Ensino da Bahia.
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