Única deputada federal da Bahia, Alice Portugal (PCdoB) pronunciou-se,
na noite desta quarta-feira (6), no plenário da Câmara dos Deputados, contra o
artigo 542 do Código de Processo Civil que, na sua opinião, fere direitos
constituídos de menores que dependem de pensão alimentícia. Durante sessão de
votação do projeto de lei do novo código, Alice destacou que o texto proposto
representa grandes avanços, mas, “em relação às mulheres, às famílias e às
crianças, apresenta uma proposta que é um retrocesso, segundo a lógica das
mulheres e da bancada feminina desta casa. Flexibilizar a pensão alimentícia,
lamentavelmente garantir que o devedor tenha, ao invés de três dias, dez dias
para efetuar o pagamento, é adiar a comida na mesa das crianças do nosso País”. Ao
citar a condição de dependência econômica de boa parte das mulheres no Brasil e
a sua maior dificuldade de acesso ao mercado de trabalho, a deputada considerou
que o artigo atinge sobretudo as mulheres, uma vez que, na maioria dos casos, é
a mãe que arca com a guarda dos filhos. “Nesse País, 47% dos lares são regidos
por mulheres. Não se pode admitir esse retrocesso no Código de Processo Civil”.
disse. A deputada também defende a manutenção do regime prisional fechado para
devedores de pensão alimentícia e não semiaberto, como prevê o novo texto, que
também admite a possibilidade de prisão domiciliar, em alguns casos
específicos. ”Se prendendo já não pagam, imaginem flexibilizando esse
ordenamento jurídico para que se protejam as crianças e as famílias”, concluiu
a deputada.
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