Prefeito e sua mulher | Foto: Reprodução/ Moraliza Nazaré |
Com
denúncias protocoladas no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Ministério Público
(MP) e Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o prefeito de Nazaré das Farinhas, na
Região Metropolitana de Salvador, Milton Rabelo (PTN), ou Miltinho, como é mais
conhecido, juridicamente não anda em bons lençóis. Em visita ao Bahia Notícias,
o ex-vereador da cidade e ex-presidente da Câmara local, Junior Figueiredo
(PP), apresentou documentos que supostamente provariam irregularidades do
alcaide. Só no TCM, o pepista afirma que Rabelo tem 14 denúncias protocoladas.
Em duas delas, Miltinho é acusado de improbidade administrativa. Ele é
indiciado por pagar subsídios à secretária municipal de Desenvolvimento Social,
Eude Brito, sua mulher, mesmo após seu afastamento por "motivos
médicos". O outro processo também envolve Eude, já que, mesmo com uma
frota de “diversas ambulâncias”, Rabelo gastou R$ 4 mil em pagamentos de um
veículo para transportar a companheira até uma unidade hospitalar. Em sua
defesa, Miltinho disse, segundo relatório do TCM, que “Nazaré sempre arcou com
o deslocamento para outras cidades, inclusive Salvador”. Na tentativa de
embasar a acusação de uso indevido, ele argumentou ainda que “na data do fato
não havia ambulância do Samu no município”. A junção da renda do prefeito e da
sua esposa seria outro fator que não justificaria o uso de verba pública, já
que juntos somam R$ 13,5 mil de ganho familiar.
Em uma
terceira denúncia, o prefeito é acusado de ter locado bens que, segundo o TCM,
seriam “desnecessários”, no valor de R$ 4 milhões. Os contratos teriam sido
fechados para “beneficiar correligionários e desviar recursos”. O tribunal
disse entender que “a quantidade de bens próprios do município são suficientes
ao atendimento de suas atividades”. Uma das falhas encontradas pelo MP na
administração dá conta da contratação de cerca de 838 servidores temporários
nos anos de 2012 e 2013 de forma ilegal. “As contratações foram feitas todas em
setor de administração, sem qualquer critério objetivo, sem qualquer processo
seletivo, ainda que simplificado”, argumentou a relatora do processo, promotora
Thelma Oliveira. Como penalidade, o órgão pediu a cassação dos direitos
políticos de Almeida por um período de três a cinco anos e o pagamento de multa
de até 100 vezes do salário recebido como prefeito. A prática de
nepotismo, abolida em 2010 pelo governo federal, segundo Júnior Figueiredo,
ainda é comum no município. Segundo ele, constam na folha de pagamento da
prefeitura uma irmã (Patrícia Rocha de Almeida), um filho (Marco Túlio Silveira
de Almeida) e uma sobrinha (Aildes Georgina Fernandes de Almeida). Além de Eude
Brito, secretária da cidade, Miltinho nomeou também para o seu primeiro escalão
outra irmã, Ana Luiza de Almeida Caldas, na pasta de Educação. Na avaliação do
denunciante, tantas denúncias de irregularidades são justificadas por um único
fator: “a falta de vontade política do prefeito”. As acusações são apuradas
pelos órgãos competentes.(Bahia Noticias)
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