Quem o vê recolhido em um pequeno quarto localizado
na região do Dique do Tororó não imagina se tratar de Waldir Serrão, um dos
mais famosos apresentadores de rádio e televisão da Bahia na década de 70. É
assim que vive hoje o chamado “Big Ben” baiano. Lutando contra o diabetes
e a depressão, provocada pelo fim da fama, ele foi acolhido há cerca de cinco
meses por uma amiga, que está em busca de ajuda para colocá-lo em algum
abrigo. Conhecida de Waldir há mais de 40 anos, quando o acompanhou em
alguns shows, Solange Pimentel alugou um quarto próximo a sua casa só para
abrigar o amigo, que já não tinha condições de se manter no pensionato onde
morava. Mas o objetivo agora é conseguir algum abrigo ou casa de repouso para
acomodar o Big Ben. “Infelizmente eu não tenho condições de cuidar dele o tempo
todo. Além disso, fico com medo de ele ter algum problema de madrugada e eu não
ter como ajudar”, explica Solange.
Para tentar ajudar Waldir Serrão a encontrar um
lugar para morar, pessoas que se sensibilizaram com o caso já se movimentam nas
redes sociais divulgando a situação na qual se encontra o ídolo dos anos 1970.
“É importante fazer essa ação na internet para encontrar este abrigo que possa
recebê-lo, já que ele tem problemas de saúde e precisa de um atendimento
especializado”, observa a amiga Solange.
O próprio Waldir confirma o estado de saúde
debilitado. “Eu já não me encontro muito bem como já fui um dia. Hoje tomo
remédio controlado, fico em depressão, já não consigo lembrar dos amigos. O
pessoal aqui é quem tem cuidado de mim. Me dão comida, me ajudam”, revela Big.
Passado de glória
Se hoje Waldir Serrão caiu no ostracismo perante a
mídia e o público, no passado seu nome foi sinônimo de sucesso.
Considerado por muitos como o “pai do rock” na Bahia, Big apresentou o primeiro
programa no estado inteiramente dedicado ao gênero musical, criado no ano de
1959, na Rádio Cultura. Desde então foi ganhando notoriedade, passando por
vários programas até chegar à TV Itapoan, na década de 70, e alcançar o auge do
sucesso. “Eu apresentava o programa Som do Big Ben. Fizemos tanto sucesso que
disputávamos a audiência com Chacrinha. Sinto muita falta daquela época”, conta
Big.
Além de comunicador, Waldir Serrão se destacou
também como cantor e compositor. Participou, nos anos 1960, de movimentos
fundadores do rock baiano. Foi nessa época que se tornou amigo de Raul Seixas.
“Encontrei ele uma vez lá na Boa Viagem. Me disseram que ele tinha uma coleção
de discos de rock muito boa. Chamei ele para conhecer a minha e vimos que tínhamos
um gosto parecido. A partir daí montamos um clube de rock. Depois eu revelei
ele para o mundo”, se gaba.
Big Ben não abandonou o rock. “Ainda passo o dia
todo ouvindo Beatles”, ressalta. É desse som que ele extrai a força para seguir
em frente. Ainda que a vida não tenha sido generosa com ele nos últimos anos, a
esperança não morre. “Ainda tenho vontade de voltar para a TV. Se Deus quiser,
vocês ainda vão ouvir falar muito de mim”, profetiza. Tribuna da Bahia
Para quem não sabe, BIG BEN já esteve se apresentando em São Felipe, em um daqueles circos que apareciam na Cidade e tinham alguma apresentação especial em alguma data promovida pelo circo.
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