Pré-candidato ao governo do estado,
Geddel Vieira Lima assegura que a união das oposições na próxima eleição não
tem chance de falhar. Em entrevista ao Correio, o presidente do PMDB na Bahia
deixa claro que tem a liberação do seu partido, em nível nacional, para fazer
palanque na Bahia para o adversário da presidente Dilma Rousseff, o senador
Aécio Neves (PSDB). O peemedebista falou do rompimento, por parte da
presidente, de um acordo político feito na eleição de 2010, e afirmou que não
voltaria a firmar novos pactos com a petista. Vice-presidente de pessoa
jurídica da Caixa Econômica Federal, Geddel disse que “está chegando a hora” de
uma definição sobre o seu futuro no cargo, e deixou em aberto a possibilidade
de apoiar uma ruptura com a chapa petista à Presidência da República, decisão
que, segundo ele, será tomada somente no ano que vem. Em uma conversa por
telefone, de seu gabinete, em Brasília, Geddel ainda comentou a preferência do
governador Wagner pela candidatura, na base, do secretário da Casa Civil, Rui
Costa, que lhe seria “subserviente” na hipótese de vitória. Geddel ainda falou
sobre a gestão do deputado federal Marcelo Guimarães Filho à frente do
Bahia.
Por que não se conseguiu chegar a uma
união das oposições em 2012 e agora como o senhor pode garantir que ela vai
efetivamente ocorrer?
Cada eleição é uma eleição. Em 2012, a realidade impôs que não houvesse unidade. A estratégia terminou se mostrando acertada: vencemos a eleição em Salvador. Na Bahia, agora eu posso afirmar que a realidade impõe essa unidade e a chance é zero se não sairmos unidos. Eu busco apoio e apoio, desde que se busque um projeto alternativo ao que aí está, que, ao nosso ver, tem deixado muito a desejar no enfrentamento dos problemas que atormentam os baianos.
Qual será o critério de escolha entre os nomes da oposição?
Vai ser o do bom senso. Temos que oferecer à Bahia um projeto alternativo a este, que prometeu muito e pouco realizou. Que dizia que se tivesse a Presidência da República, faria uma revolução na Bahia. O que se vê hoje são obras atrasadas e índices na área de segurança, saúde e educação que infelicitam e que deixam muito a desejar.
As pesquisas serão levadas em consideração e qual o prazo para esse entendimento?
Não há prazo. Tudo vai ser levado em consideração. Estamos conversando e lhe asseguro que há um encaminhamento claro pela unidade. Quero ser, busco apoio pra ser, mas se meu nome não unifica, apoio imediatamente quem unifica sem precisar sentar à mesa para fazer nenhuma negociação. Quem está com esse espírito sabe que haverá unidade.
Caso não seja a governador, o senhor pretende se candidatar a outro cargo?
Aí é outra questão, vamos discutir no momento oportuno, não vamos colocar carros na frente dos bois.
Pesquisa Ibope lhe dá 30% num cenário em que seria o candidato único da oposição. Paulo Souto (DEM), nesta situação, tem 33%. Pode-se dizer que ele tem mais densidade eleitoral?
Tenho tido com Paulo Souto conversas maduras sobre o futuro. Pesquisa é balisador importante, é bom que todos da oposição estejamos bem posicionados, mas nossa conversa vai ser de ordem política. Um conjunto de circunstâncias e motivações políticas que vai decidir essa questão, de conjunção de circunstâncias.
O PMDB nacional, caso apoie a reeleição de Dilma, poderá liberá-lo para que, aqui na Bahia, monte o palanque para Aécio Neves (PSDB)?
A posição do PMDB na Bahia não estará vinculada à posição do PMDB nacional. Vamos aguardar as manifestações. Hoje (ontem), o governador Tarso Genro, do Rio Grande do Sul, liderança importante do PT, disse que não está assegurada ainda a aliança nacional entre PT e PMDB. Eu tenho construído minhas conversas na Bahia no campo que o PMDB está inserido hoje, com o DEM, com o PSDB, com o PTN, PPS, PTC, PV, com todos esses partidos que já procuramos e vamos procurar na costura de um projeto claro, administrativo, para resolver as questões que estão mal resolvidas no estado.
Existem no país uma tensão entre PMDB e PT. Qual o tamanho hoje da ala do partido que busca ruptura?
Não é questão de buscar ruptura com governo. São realidades regionais que se sobrepõem à nacional, quando você não tem um candidato próprio à Presidência. Há problemas na Bahia, Pernambuco, Ceará, Minas, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e isso evidentemente pode desaguar em dificuldades na convenção, em meados do ano que vem. Por enquanto, é hora de muita conversa.
O senhor defende um rompimento do PMDB com a presidente Dilma?
Defenderei a nossa posição em função do que for interessante para a Bahia no momento oportuno, não é agora. Eu não sou político de ficar em cima do muro, mas é um contexto que vai ocorrer dentro do meu partido.
Houve em 2010 acordo para que a candidata Dilma não privilegiasse o palanque do PT na Bahia já que eram duas candidaturas da base?
Houve, a coordenação da campanha fez, tanto que a então candidata Dilma Rousseff esteve na nossa convenção. Depois, infelizmente, por uma série de razões, não pôde ser cumprido. No segundo turno, mantive minha firmeza e coerência e mantivemos o apoio pactuado com a chapa Dilma e Temer.
Voltaria a fazer um acordo como este com a presidente?
Não repito o mesmo erro. Posso cometer erros novos, mas não repito erros anteriores.
A Caixa agora prioriza mais o financiamento imobiliário, em detrimento das empresas. Isso esvaziou sua função? Pode levá-lo a pedir demissão?
Meu apego a cargos públicos é zero. Eu os exerço como instrumento através dos quais posso melhorar a vida das pessoas. Mas não mudo de posições, não deixo de emitir opiniões por apego a cargos. Quanto à questão técnica na Caixa, tenho divergências, mas é debate que estou fazendo internamente.
O governador Jaques Wagner lhe criticou no Planalto e disse que não seria de bom tom que continuasse com cargo na Caixa ao tempo em que faz críticas ao governo. E citou o apoio que deu ao diplomata Eduardo Saboia, no caso da asilo ao senador boliviano Roger Molina.
Estamos vivendo em uma democracia, quem tem boca fala o que quiser. Agora é uma inverdade que eu tenha defendido a posição do Eduardo Saboia. Wagner deve ser mais cauteloso com o que diz, para não lhe colar a pecha que, da mesma forma que a propaganda de seu governo, tem pouco apreço à verdade. O cargo está sempre à disposição da presidente da República e ao meu partido. O que eu tenho feito são críticas contundentes a um governo que tem deixado a Bahia à deriva e não tem cumprido as promessas que o levou à vitória.
Qual o prazo para definir sua permanência no cargo?
Está chegando a hora desta definição. Tenho conversado muito com meu partido em nível nacional e o partido conhece essas minhas posições, já sabe o que penso. Agora deixa o partido conduzir. Não sou uma ilha; não posso sair queimando todas as minhas pontes porque isso não é da boa educação política.
Em entrevista ao CORREIO, o secretário do Planejamento do estado, José Sérgio Gabrielli, disse acreditar que o prefeito ACM Neto teria uma participação discreta num apoio a sua candidatura, para evitar tensões com o governo do estado. Isso pode vir a acontecer?
Me surpreende que, na época em que estamos, um candidato a governador admita essa ideia de que se possa fazer chantagem administrativa por posições políticas. É grave. Se eu for candidato, se o prefeito ACM Neto - e eu não acredito - mas se tiver participação discreta, ainda seria mais importante que toda a participação efetiva que o governador Jaques Wagner pode ter no palanque do PT.
Gabrielli acredita que o senhor será o candidato pela oposição. Quem o senhor espera como adversário?
Tenho que organizar meu campo. Não me cabe o que eles vão fazer do lado de lá. Não posso nem polemizar com Gabrielli, porque não creio que ele vá ser o candidato do campo de lá.
O senhor já disse algumas vezes que o candidato do PT é o Rui Costa...
É o que eu percebo nos movimentos do governador. Ele pensa “eu só ganho com Rui Costa”. É o único que ele acredita que terá uma posição de absoluta subserviência, caso vença; então, é o seu desejo. Os outros, ele crê que, imediatamente após uma eventual vitória, começariam a construir suas próprias lideranças. É isso que norteia a posição do governador.
Encerrou-se esta semana o processo de intervenção que retirou Marcelo Guimarães Filho, do PMDB, da presidência do Bahia. Foi bom para o clube?
Não tenho interesse de me envolver na política clubística. Quem tinha interesse de participar era o governador, que acaba de eleger um aliado seu no Bahia. Quando Marcelo Filho se filiou ao PMDB, já era presidente do Bahia. Teve ponto positivo: ter levado o Bahia à primeira divisão. E o último Campeonato Baiano conquistado foi sob sua administração. Ponto negativo foi não ter percebido que estava se exaurindo sua passagem pelo clube e levou até o limite o desejo da torcida de maior participação nas decisões. A história vai avaliar melhor o que aconteceu no Bahia nos últimos tempos. Como torcedor, quero que o Schimidt tenha sucesso e que o Bahia fique na primeira divisão. (Correio)
Cada eleição é uma eleição. Em 2012, a realidade impôs que não houvesse unidade. A estratégia terminou se mostrando acertada: vencemos a eleição em Salvador. Na Bahia, agora eu posso afirmar que a realidade impõe essa unidade e a chance é zero se não sairmos unidos. Eu busco apoio e apoio, desde que se busque um projeto alternativo ao que aí está, que, ao nosso ver, tem deixado muito a desejar no enfrentamento dos problemas que atormentam os baianos.
Qual será o critério de escolha entre os nomes da oposição?
Vai ser o do bom senso. Temos que oferecer à Bahia um projeto alternativo a este, que prometeu muito e pouco realizou. Que dizia que se tivesse a Presidência da República, faria uma revolução na Bahia. O que se vê hoje são obras atrasadas e índices na área de segurança, saúde e educação que infelicitam e que deixam muito a desejar.
As pesquisas serão levadas em consideração e qual o prazo para esse entendimento?
Não há prazo. Tudo vai ser levado em consideração. Estamos conversando e lhe asseguro que há um encaminhamento claro pela unidade. Quero ser, busco apoio pra ser, mas se meu nome não unifica, apoio imediatamente quem unifica sem precisar sentar à mesa para fazer nenhuma negociação. Quem está com esse espírito sabe que haverá unidade.
Caso não seja a governador, o senhor pretende se candidatar a outro cargo?
Aí é outra questão, vamos discutir no momento oportuno, não vamos colocar carros na frente dos bois.
Pesquisa Ibope lhe dá 30% num cenário em que seria o candidato único da oposição. Paulo Souto (DEM), nesta situação, tem 33%. Pode-se dizer que ele tem mais densidade eleitoral?
Tenho tido com Paulo Souto conversas maduras sobre o futuro. Pesquisa é balisador importante, é bom que todos da oposição estejamos bem posicionados, mas nossa conversa vai ser de ordem política. Um conjunto de circunstâncias e motivações políticas que vai decidir essa questão, de conjunção de circunstâncias.
O PMDB nacional, caso apoie a reeleição de Dilma, poderá liberá-lo para que, aqui na Bahia, monte o palanque para Aécio Neves (PSDB)?
A posição do PMDB na Bahia não estará vinculada à posição do PMDB nacional. Vamos aguardar as manifestações. Hoje (ontem), o governador Tarso Genro, do Rio Grande do Sul, liderança importante do PT, disse que não está assegurada ainda a aliança nacional entre PT e PMDB. Eu tenho construído minhas conversas na Bahia no campo que o PMDB está inserido hoje, com o DEM, com o PSDB, com o PTN, PPS, PTC, PV, com todos esses partidos que já procuramos e vamos procurar na costura de um projeto claro, administrativo, para resolver as questões que estão mal resolvidas no estado.
Existem no país uma tensão entre PMDB e PT. Qual o tamanho hoje da ala do partido que busca ruptura?
Não é questão de buscar ruptura com governo. São realidades regionais que se sobrepõem à nacional, quando você não tem um candidato próprio à Presidência. Há problemas na Bahia, Pernambuco, Ceará, Minas, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e isso evidentemente pode desaguar em dificuldades na convenção, em meados do ano que vem. Por enquanto, é hora de muita conversa.
O senhor defende um rompimento do PMDB com a presidente Dilma?
Defenderei a nossa posição em função do que for interessante para a Bahia no momento oportuno, não é agora. Eu não sou político de ficar em cima do muro, mas é um contexto que vai ocorrer dentro do meu partido.
Houve em 2010 acordo para que a candidata Dilma não privilegiasse o palanque do PT na Bahia já que eram duas candidaturas da base?
Houve, a coordenação da campanha fez, tanto que a então candidata Dilma Rousseff esteve na nossa convenção. Depois, infelizmente, por uma série de razões, não pôde ser cumprido. No segundo turno, mantive minha firmeza e coerência e mantivemos o apoio pactuado com a chapa Dilma e Temer.
Voltaria a fazer um acordo como este com a presidente?
Não repito o mesmo erro. Posso cometer erros novos, mas não repito erros anteriores.
A Caixa agora prioriza mais o financiamento imobiliário, em detrimento das empresas. Isso esvaziou sua função? Pode levá-lo a pedir demissão?
Meu apego a cargos públicos é zero. Eu os exerço como instrumento através dos quais posso melhorar a vida das pessoas. Mas não mudo de posições, não deixo de emitir opiniões por apego a cargos. Quanto à questão técnica na Caixa, tenho divergências, mas é debate que estou fazendo internamente.
O governador Jaques Wagner lhe criticou no Planalto e disse que não seria de bom tom que continuasse com cargo na Caixa ao tempo em que faz críticas ao governo. E citou o apoio que deu ao diplomata Eduardo Saboia, no caso da asilo ao senador boliviano Roger Molina.
Estamos vivendo em uma democracia, quem tem boca fala o que quiser. Agora é uma inverdade que eu tenha defendido a posição do Eduardo Saboia. Wagner deve ser mais cauteloso com o que diz, para não lhe colar a pecha que, da mesma forma que a propaganda de seu governo, tem pouco apreço à verdade. O cargo está sempre à disposição da presidente da República e ao meu partido. O que eu tenho feito são críticas contundentes a um governo que tem deixado a Bahia à deriva e não tem cumprido as promessas que o levou à vitória.
Qual o prazo para definir sua permanência no cargo?
Está chegando a hora desta definição. Tenho conversado muito com meu partido em nível nacional e o partido conhece essas minhas posições, já sabe o que penso. Agora deixa o partido conduzir. Não sou uma ilha; não posso sair queimando todas as minhas pontes porque isso não é da boa educação política.
Em entrevista ao CORREIO, o secretário do Planejamento do estado, José Sérgio Gabrielli, disse acreditar que o prefeito ACM Neto teria uma participação discreta num apoio a sua candidatura, para evitar tensões com o governo do estado. Isso pode vir a acontecer?
Me surpreende que, na época em que estamos, um candidato a governador admita essa ideia de que se possa fazer chantagem administrativa por posições políticas. É grave. Se eu for candidato, se o prefeito ACM Neto - e eu não acredito - mas se tiver participação discreta, ainda seria mais importante que toda a participação efetiva que o governador Jaques Wagner pode ter no palanque do PT.
Gabrielli acredita que o senhor será o candidato pela oposição. Quem o senhor espera como adversário?
Tenho que organizar meu campo. Não me cabe o que eles vão fazer do lado de lá. Não posso nem polemizar com Gabrielli, porque não creio que ele vá ser o candidato do campo de lá.
O senhor já disse algumas vezes que o candidato do PT é o Rui Costa...
É o que eu percebo nos movimentos do governador. Ele pensa “eu só ganho com Rui Costa”. É o único que ele acredita que terá uma posição de absoluta subserviência, caso vença; então, é o seu desejo. Os outros, ele crê que, imediatamente após uma eventual vitória, começariam a construir suas próprias lideranças. É isso que norteia a posição do governador.
Encerrou-se esta semana o processo de intervenção que retirou Marcelo Guimarães Filho, do PMDB, da presidência do Bahia. Foi bom para o clube?
Não tenho interesse de me envolver na política clubística. Quem tinha interesse de participar era o governador, que acaba de eleger um aliado seu no Bahia. Quando Marcelo Filho se filiou ao PMDB, já era presidente do Bahia. Teve ponto positivo: ter levado o Bahia à primeira divisão. E o último Campeonato Baiano conquistado foi sob sua administração. Ponto negativo foi não ter percebido que estava se exaurindo sua passagem pelo clube e levou até o limite o desejo da torcida de maior participação nas decisões. A história vai avaliar melhor o que aconteceu no Bahia nos últimos tempos. Como torcedor, quero que o Schimidt tenha sucesso e que o Bahia fique na primeira divisão. (Correio)
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