Nem bem desembarcou em Roma depois de uma
intensa visita ao Brasil, o papa Francisco começa a tomar decisões para limpar
a Igreja no que se refere aos escandalos de corrupção. Nesta quarta-feira, 31,
o Vaticano anunciou a renúncia de três bispos implicados em escândalos de
corrupção. No mesmo dia, a Santa Sé colocou no ar um site do Instituto de Obras
Religiosas, considerado como o Banco do Vaticano, e prometeu que vai, pela
primeira vez, publicar as contas da instituição. O papa, durante sua
viagem ao Brasil, insistiu que uma das metas de suas reformas é o de garantir
transparência nas contas da Igreja. As renúncias dos bispos seriam um alerta de
que ele não vai poupar ninguém.
Nesta quarta-feira, o Vaticano indicou
diplomaticamente que Francisco "aceitou a renúncia" dos arcebispos de
Lubjana e Maribor, depois que um buraco de 800 milhões de euros foi encontrado
nas contas da Igreja eslovena. Na Eslovênia, as vítimas foram os
arcebispos Anton Stres e Marjan Turnsek. O Vaticano apenas indicou que seguiu o
parágrafo 2 do canon 401 do Código de Direito Canônico. Por essa regra, pede-se
que um bispo renuncie "por doença ou causa grave".
O escândalo começou ainda em 2010, quando o
Vaticano enviou um inspetor para entender porque motivo a Igreja do país pedia
tantos empréstimos à Santa Sé. Descobriu-se que, por conta de operações
financeiras de alto risco, a Igreja local havia perdido muito dinheiro e, para
sobreviver, pediu dinheiro emprestado em bancos e até a rede de TVs. Ficou
ainda claro que a imprudência já tinha começado em 2003. "Espero que o
passo que dei foi correto para restituir a reputação da Igreja eslovena",
disse Stres.
Outro que renunciou foi o arcebispo de
Yaoundé, em Camarões, também por conta de um escândalo financeiro. Simon-Victor
Tonyé Bakot chegou a ser o presidente da Conferência Episcopal de seu país, mas
também era um ativo empreendedor imobiliário.
No mesmo dia, o Banco do Vaticano abriu seu
novo site - www.ior.va - justamente com a meta de dar transparência a suas
atividades. O banco é alvo de duras críticas e o papa já indicou que não sabe
ainda se a instituição será mantida.
Em declarações à Rádio Vaticano, o presidente
do Ior, Erns von Freyberg, garantiu que a meta é ser transparente e que, em
2013, pela primeira vez as contas da instituição serão conhecidas. "Vamos
fornecer informações sobre as nossas reformas e o que fazemos no mundo e como
podemos apoiar a Igreja e sua missão e obras de caridade", disse.
0 comentários:
Postar um comentário
O Blog JC Radialista: Não se responsabiliza por comentários de leitores ou terceiros que venha comentar determinado conteúdo apresentado neste espaço...