O
DEM busca se reposicionar na política no cenário nacional com uma estratégia
que privilegia as eleições estaduais. O partido precisa retomar a capilaridade
para voltar a se apresentar como contraponto na oposição. Neste sentido, deve
concentrar forças nos estados e se alinhar aos tucanos na candidatura de Aécio
Neves.
Setores da legenda passaram a defender dois nomes para emprestar ao PSDB o
tempo de rádio e TV durante a empreitada de 2014. Os quadros apontados pelo
colunista de O Globo, Ilimar Franco, como possíveis indicados são: José
Agripino e Paulo Solto. O primeiro é senador pelo Rio Grande do Norte e o
segundo, é ex-governador da Bahia.
Paulo Souto tem a seu lado ser aliado de primeira ordem do prefeito ACM Neto.
Dedicado e conhecedor da Bahia, o ex-governador conta com o apoio do maior
expoente da enxugada legenda que outrora deu as cartas na política nordestina.
Por aqui, o DEM comanda os dois principais colégios eleitorais e isso não é
pouca coisa.
Resta saber se a emenda, proposta pelo DEM, ao projeto conhecido como inibidor
dos novos partidos vai ser aprovada na Câmara Federal. Caso não seja, o partido
presidido nacional por Agripino perde poder de barganha com os tucanos. O
cálculo de tempo para rádio e TV dos Democratas foi fatiado, após mais de 20
parlamentares deixarem a sigla a caminho do PSD.
O DEM teve cerca de três minutos em 2010, perdeu mais de um minuto na TV e
pouco menos de um no rádio. A criação do Mobilização Democrática, quando
acontecer oficialmente, pode atrair uma quantidade de deputados federais
suficientes para tornar o MD mais interessante, nesta perspectiva do que o DEM.
Certo é que os Democratas baianos se sentiram prestigiados com a menção ao
ex-governador. ACM Neto permanece sendo o quadro mais valoroso da legenda no
plano nacional, mas, como tem sido especulado, pode um dia deixar o ninho. Isso
não seria surpresa. Até lá, Paulo Souto pode, ainda que seja pouco provável,
aparecer numa majoritária como vice.
Sem nenhuma dúvida é um quadro mais eficiente e conhecido que o último Índio da
Costa, do qual, no plano federal, nunca mais se teve notícia.
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