Embora divirjam na teologia, parece que
deputados evangélicos e católicos conseguem andar unidos quando se faz
necessário. A Chamada Bancada Religiosa da Câmara pediu nesta semana a
instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre aborto.
Além disso, querem aprovar o chamado “Estatuto do Nascituro”, que legisla sobre
os direitos do feto desde sua concepção.
O deputado
João Campos (PSDB-GO), presidente da bancada evangélica, explica que essas duas
propostas são uma resposta às mudanças sugeridas pelo Senado durante os estudos
para a reforma do Código Penal. “Nós queremos apurar com essa CPI, o
financiamento do aborto no Brasil, tanto por instituições internacionais,
quanto pelo governo da presidente Dilma Rousseff. Além disso, vamos investigar
o comércio de produtos abortivos e as clínicas que fazem aborto”,
justificou. Com a assinatura de mais de 200 deputados, o pedido de CPI já
foi entregue ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Na
próxima terça (23), os evangélicos terão uma reunião com Alves para debater os
dois assuntos.
O Estatuto
do Nascituro foi apresentado na legislatura passada por Luiz Bassuma (PV-BA),
que é espírita. Como ele não foi reeleito, a proposta foi arquivada.
Retomado pelos religiosos, o projeto atualmente está na Comissão de Finanças e
Tributação da Câmara, que deve analisar se a proposta é viável do ponto de
vista financeiro. Em seguida, segue para a Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ) e, posteriormente, para o Plenário da Câmara. “Para nós e para os
católicos, a vida começa na concepção e por isso vamos lutar juntos por esse
direito”, explica o deputado Campos, comemorando que recebeu o apoio da
Confederação Nacional dos Bispos do Brasil.
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