CACHOEIRA-BA: Incêndio reabre discussões sobre a falta de Bombeiros no estado

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O grave incêndio que atingiu o prédio da empresa J. Lima Variedades e pelo menos outras quatro edificações, nesta última segunda-feira (06/08/12), em Cachoeira, teve forte repercussão por todo o estado, por evidenciar, mais uma vez, o déficit no número mínimo de soldados e de unidades do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar da Bahia (CBPM-BA) e a falta de estrutura que se abate sobre as unidades existentes.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o recomendado é que haja um bombeiro para cada mil habitantes e uma viatura para cada 10 mil. Com uma população de 32.035 habitantes, segundo o Censo 2010 do IBGE, Cachoeira deveria ter pelo menos 32 bombeiros e três viaturas. Mas, em todo o estado existem apenas 98 viaturas, ou seja, uma para casa 150,5 mil habitantes. Para se ajustar as recomendações da ONU, a Bahia precisaria de pelo menos 14 mil bombeiros. Mas, hoje existem apenas 2.082. Em Salvador, onde existem três unidades do CBPM-BA, o recomendado seria pelo menos quinze.

Para os bombeiros, uma das soluções para amenizar o déficit seria a desmilitarização da corporação. Atualmente no Brasil, apenas Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo possuem o Corpo de Bombeiros dentro da instituição da Polícia Militar. Independentes, os bombeiros teriam orçamento próprio e verba destinada diretamente. Atualmente, uma pequena parte da verba da PM é repassada para o CBPM-BA. O que impossibilita o investimento em novas unidades e na equipagem das existentes.

Corpo de Bombeiros em Cachoeira:

Apesar de ser tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) há mais de 40 anos, Cachoeira não possui uma unidade do Corpo de Bombeiros. A guarnição mais próxima e que é acionada, sempre que há necessidade, é de Feira de Santana.

No entanto, desde 2009, a cidade possui um projeto para a implantação de uma unidade do Corpo de Bombeiros, que se daria através de uma parceria, onde o governo municipal cederia um local para a sede e o governo federal arcaria com a mobília do espaço.

Cachoeira ficaria responsável por 30% dos custos da unidade e o restante seria divido entre 10 cidades da região. O local para implantação da sede, um casarão na ladeira do Monte, chegou a ser aprovado pelo Comando do Corpo de Bombeiros do Estado da Bahia. Mas, o projeto não avançou porque Cruz das Almas e Maragogipe se recusaram a contribuir financeiramente. Atualmente, o recôncavo possui apenas uma unidade do Corpo de Bombeiros, que fica em Santo Antonio de Jesus.(Fonte: A Cachoeira)